Não sei fazer resenha ou crítica
literária, nem sequer tento. Nisso é brilhante a minha amiga Cláudia, que nem
suspeita deste blog…
Acabei ontem de ler esta obra
brilhante e tão polémica quando foi lançada, em 1972: a primeira edição foi
recolhida e destruída pela censura do governo de Marcelo Caetano, tendo sido
instaurado um processo judicial às autoras que foram, ainda, interrogadas pela
PIDE, pelo conteúdo da obra ser considerado "insanavelmente pornográfico e
atentatório da moral pública". É, ainda hoje, tão actual, já que a condição
da mulher permanece, em alguns pontos, imutável, em parte pela nossa natureza não-bélica,
digo eu.
Reservei alguns excertos:
Quem fia, borda e ajeita
Murcha cedo como a rosa
Na página 211 pode ler-se
Que, nesta sociedade, muitas coisas lhe são gratificantes, sem dúvida; que a mulher (e o homem) não tem consciência de como é manipulada e condicionada, ainda oferece menor dúvida. A repressão perfeita é a que não é sentida por quem a sofre, a que é assumida, ao longo de uma sábia educação, por tal forma que os mecanismos da repressão passam a estar no próprio indivíduo, e que este retira daí as suas próprias satisfações.
ResponderEliminarMinha querida
Adorei! E ainda diz que não tem jeito!
Fiquei com vontade de ler o livro. Vou em busca dele.
Tenha um feliz dia.
Bjs
Olinda
A melhor maneira de dominar alguém é mantê-la na ignorância. Não é por acaso que tantos países onde as mulheres ainda sofrem uma horrivel repressão, o acesso à educação lhes seja vedado. E pegando na tua frase inicial, acredito piamente que o poder do conhecimento é maios do que qualquer arsenal bélico.
ResponderEliminarBeijinhos (a crítica está óptima)
Ainda não li, mas tenho em casa à espera da vez. já falta pouco.
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